V
A NOSSA SENHORA
Se a febre atraiçoada emfim declina,
E se se esconde a aberta sepultura,
Ao vosso rogo o devo, ó Virgem pura,
Por quem me quiz livrar a Mão divina:
Sem vós debalde a experta medicina
Traça e apparelha a desejada cura;
Sem vós o indio adusto em vão procura
A amarga casca da saudavel quina.
Quando em lucta co’a morte me contemplo,
Sem haver já no mundo quem me valha,
Do vosso grão poder, que grande exemplo!
Venceste; e em memoria da batalha
Penduro nas paredes d’este templo,
Rasgando un novo Lazaro a mortalha.
Nicolau Tolentino.