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E corre, e corre a existencia,
E cada dia que cahe
Nos abysmos do passado
E’ um sonho que se esvai,
Um almejo de noss’alma,
Anhelo de f’licidade
Que em suas màos espedaça
A cruel realidade;
Mais um riso que nos labios
Para sempre vai murchar,
Mais uma lagrima ardente
Que as faces nos vem sulcar;
Um reflexo de esperança
No seio d’alma apagado,
Uma fibra que se rompe
No coração ulcerado.
Pouco e pouco as illusões
Do seio nos vão fugindo,
Como folhas ressequidas,
Que vão d’arvore cahindo;