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Página:Poesias (Bernardo Guimarães, 1865).djvu/286

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CROCODILO.


Eu fui papa; e aos meus inimigos
Para o inferno mandei c’um aceno;
E tambem por servir aos amigos
Ténas hóstias botava veneno.

De princezas crueis e devassas
Fui na terra constante patrono;
Por gozar de seus mimos e graças
Opiei aos maridos sem somno.

Eu na terra vigario de Christo,
Que nas mãos tinha a chave do céo,
Eis que um dia de um golpe imprevisto
Nos infernos cahi de boléo.

LOBISHOME.


Eu fui rei, e aos vassallos fieis
Por chalaça mandava enforcar;
E sabia por modos crueis
As esposas e filhas roubar.