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Do meu reino e de minhas cidades
O talento e a virtude enxotei;
De michélas, carrascos e frades,
De meu throno os degráos rodeei.
Com o sangue e suor de meus povos
Diverti-me e criei esta pança,
Para emfim, urros dando e corcovos,
Vir ao demo servir de pitança.
RAINHA.
Já no ventre materno fui boa;
Minha mãi, ao nascer, eu matei;
E a meu pai por herdar-lhe a coroa
Em seu leito co’as mãos esganei.
Um irmão mais idoso que eu,
C’uma pedra amarrada ao pescoço,
Atirado ás occultas morreu
Afogado no fundo de um poço.
Em marido nenhum achei geito;
Ao primeiro, o qual tinha ciumes,