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Página:Poesias (Bernardo Guimarães, 1865).djvu/53

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          E do bulcão, que abre
          A rubida cratera,
          A voz, que estruge féra
          Nas solidões do espaço,

          Do rabido granizo
          O estrondo, que susurra
          Nas broncas serranias,
          E o ribombar das vagas
          Nas oucas penedias,
          E todo esse tumulto,
          Que em musica horrorosa
Trôa, abalando os eixos do universo,
São échos de tua harpa magestosa!!

Porém silencio, ó genio, — não mais vibres
As bronzeas cordas, em que bramão raios,
Pregoeiros da cólera celeste:
Mostra-me o céo brilhando azul e calmo
Como a alma do justo, e sobre a terra
Estende o manto amigo do socego.
Deixa errar tua mão nos aureos fios,
Onde sôes desferir molles cantigas
A cujos sons se embala a natureza