Em teu escuro seio muda encerras?
És tu acaso o portico do Elysio,
Que nos franqueias as regiões sublimes
Onde a luz da verdade eterna brilha?
Ou és do nada a fauce tenebrosa,
Onde a morte p’ra sempre nos arroja
Em um somno sem fim adormecidos!
Oh! quem pudera levantar afouto
Um canto ao menos d’esse véo tremendo
Que encobre a eternidade......
Mas debalde
Interrogo o sepulcro, — e debruçado
Sobre a voragem tetrica e profunda,
Onde as extinctas gerações baquêão,
Inclino o ouvido, a ver se um écho ao menos
Das margens do infinito me responde!
Mas o silencio que nas campas reina,
E’ como o nada, — funebre e profundo......
Se ao menos eu soubesse que co’a vida
Terminarião tantas incertezas,
Embora os olhos meus além da campa,