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XVIII
Nojenta prole da rainha Ginga,
Sabujo ladrador, cara de nico,
Loquaz saguim, burlesco Theodorico,
Osga torrada, estupido resinga;
E não te accuso de poeta pinga;
Tens lido o mestre Ignacio, e o bom Suppico;
De occas idéas tens o casco rico,
Mas teus versos tresandam a catinga:
Se a tua musa nos outeiros campa.
Se ao Miranda fizeste ode demente,
E o mais, que ao mundo estolido se incampa:
É porque sendo, ob Caldas, tão somente
Um cafre, um goso, um nescio, um parvo, um trampa,
Queres metter nariz em cu de gente.