Página:Poesias eroticas, burlescas e satyricas.djvu/147

Wikisource, a biblioteca livre
143

XXXVIII

Eu foder putas?.. Nunca mais, caralho!
Has de jurar-m’o aqui, sobre estas Horas;
E vamos, vamos já!... Porém tu choras?
«Não senhor (me diz elle) eu não, não ralho:»

Batendo sobre as Horas como um malho,
«Juro (diz elle) só foder senhoras,
Das que abrem por amor as tentadoras
Pernas áquillo, que arde mais que o alho.»

Co’a força do jurar esfolheando
O sacro livro foi, e a ardente sede
O fez em mar de ranho ir soluçando....

Ah! que fizeste?.. O ceo teus passos mede!
Anda, heretico filho miserando,
Levanta o dedo a Deus, perdão lhe pede!