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Página:Poesias eroticas, burlescas e satyricas.djvu/166

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Que á razão embota o gume;
Não, não ha Tartareo lume,
Que devore a humanidade:
Sabeis vós o que é verdade?
O inferno do Ciume.



   Venha cá, sô Boticario,
Vossê sabe em que se mette,
De tão rafado cadete
Sendo terceiro, está vario?
Advirta que é necessario
Reportar acções insanas;
Estude em fazer tisanas,
Algum purgante ligeiro,
Mas não seja alcoviteiro
Muito menos de sacanas.



   P’ra que viva a cosinheira,
Que tão boas papas fez!
Confesso por esta vez
Que bem me sabe, e me cheira:
O Papa em sua cadeira
Vestido de estola e capa,
Não faz cousa tão guapa:
A cosinheira faz mais;
O Papa faz Cardeaes,
A cosinheira faz papas.