Tu lhe mandas sequer desprenda um verso,
Um pensamento eu só te peço ao menos,
Que nas azas do metro e sentimento
Não toque ouvidos só, como os teus versos,
Mas subito alvorote o peito arfando;
Echo de auctores, pequenino Elmano,
Sonoroso, monótono, apoucado.
Que não sabes tirar pulsando a lyra
Sem, que arremede a voz da natureza
Hyperbolico auctor desesperado
D′oucas repetições as obras matas,
Coalhas a podre, insupportavel massa,
Metrico impulso te flammeja a mente;
Mas olha inda o declive em que és por ora
De remontar á brilhadora esphera!
Para colher do Pindo egregio louro
Não basta deslizar canoro accento,
Soltando de improviso o dique ás vozes.
Mas debalde minha alma se afadiga,
Que os meus consellios só te valem risos;
Porém desabafei, mostrei-te aos pangas.
Que embasbacados te lauream nume,
Qual o pastrano camponez papalvo,
Pasma, encarando da cidade os nadas.
A respeito da origem d′este soneto contou-se-nos que tendo Bocage sido iniciado em uma das LL.*. Ma-