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E tudo em roda cala
Na praia sinuosa,
Salvo o som do remanso
Quebrando em furna algosa.

Alli folga o poeta
Nos desvarios seus,
E nessa paz que o cérca
Bemdiz a mão de Deus.

Mas despregou seu grito
A alcyone gemente,
E nuvem pequenina
Ergueu-se no occidente:

E sóbe, e cresce, e immensa
Nos céus negra fluctua,
E o vento das procellas
Já varre a fraga nua.

Turba-se o vasto oceano,
Com horrido clamor;
Dos vagalhões nas ribas
Expira o vão furor