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Página:Primeiras trovas burlescas de Getulino (1904).djvu/197

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O braço que não tremeu
Trema agora de terror!
Seja ahi que o mundo o ponha,
Emblema triste da dòr
Na solidão da vergonha!

Lá nas fundas sepulturas
Os ossos hão de ranger;
Ha de a caveira dizer
D’aquelles sombras escuras:
—Judas, Judas, não te visto,
Vai teus serviços vender,
Tu que já vendeste a Christo!

Soldado da liberdade
Beijaste humilde a poeira,
Não renegaste a bandeira
Nas horas da tempestade
Viste os braços de uma cruz
E ás portas da eternidade
Inda avistaste essa luz!

Não foste, pobre mendigo,
Catando as flores da estrada
Mostrar a mão recheada
Pelos campos do inimigo;
Fechando o livro da historia,
Os puros louros do amigo
Altar ao Deus da victoria.

Sentinella no teu posto
Tiveste o mesmo logar,
—Nos degraus do mesmo altar,
—Do mesmo leito no encosto :
Hoje conservas no chão
A mesma luz no teu rosto,
A mesma fé na feição!