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Página:Primeiras trovas burlescas de Getulino (1904).djvu/198

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No Feio do teu partido
Pregador do povo-rei
Os mandamentos da lei
Soaram no labio ungido!
Oh dos tens na lucta immensa
Levaste, nobre vencido,
O sentir, a idéa, a crença!

III


Quantas vezes sincera a voz chorosa
Soltou os tristes psalmos da desgraça?!
Quantas vezes da dôr n'amarga taça
Viu o pranto ferver n’alma anciosa?!
Ai! que valem, meu Deus, pobres sorrisos ?!
Cresce do abysmo á borda a flor mimosa,
Si a lagrima nao cae choram os risos!

No tropel das paixões, que os homens leva,
Tranquilla a face á masc’ra que nos mata;
Vasando flores a fortuna ingrata
No meio do festim as furias ceva!
A noite surge... lá descamba o astro,
E a tempestade que no ar se eleva
Deixa-o morrer, si não lhe apaga o rastro !

Gloria, que vales tu?—prantos á flux;
Ergues junto da forca um capitolio,
Ao pé do cadafalso um rico solio
E em teus salões o pedestal da cruz!
Tens o aroma da flor, da flor o espinho,
Em teu seio o clarão de treda luz
Em teus jardins os cardos do caminho !

IV


Eil-o tão mudo ali!—voltou de novo!
Ao pó d’onde sahiu—juncto ao cypreste !