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QUINCAS BORBA

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QUINCAS BORBA

CAPITULO C

Nenhum dos habituados da casa compareceu ao almoço. Bubião esperou ainda alguns minutos, chegou a mandar um criado ao portão, a ver se vinha alguém. Ninguém; teve de almoçar sosinho. Em geral, não podia supportar as refeições solitárias; estava^tão affeito á linguagem dos amigos» ás observações, ás graças, não menos que aos respeitos e considerações, que comer só era o mesmo que não comer nada. Agora, porém, era como um Saul que precisasse de algum David, para expellir o espirito maligno que se mettera nelle. Já queria mal ao portador da carta, porque a deixara cair; ignorar era um beneficio. E depois, a consciência vacillava, — ia da entrega da carta á recusa e á guarda indefinida. Bubião tinha medo de saber alguma cousa; ora queria, ora não queria lêr nada no rosto de Sophia. O desejo de saber tudo era, em resumo, a esperança de descobrir que não havia nada. David appareceu emfim, entre o queijo e o café, na pessoa do Dr. Camacho, que voltara de Vassouras, na véspera, á noite. Como o David da E»rriptura, trazia um jumento carregado de pães, um