a data daquele singular amor; à proporção que se internava nos dias do passado, ia combinando uma série de episódios esparsos, aparentemente vagos, agora significativos e eloqüentes. Não era recente a afeição dela; era talvez anterior à sua enfermidade.
Chegara o sábado, véspera da partida de Raquel. Era de noite. Félix estava em casa da viúva, e ambos, e Raquel, e até Viana todos pareciam preocupados e tristes. O médico olhava para a filha do coronel, sem reparar que os olhos de Lívia seguiam os seus e como que buscavam ler por eles os sentimentos do coração.
Raquel esquivava-se às atenções do médico. Em certa ocasião, porém, — achando-se Félix mais afastado, — aproximou-se dele com um livro.
— Já leu este romance? perguntou ela.
— Deixe ver, disse Félix, convidando-a com um gesto a sentar-se.
Raquel não se sentou; estendeu-lhe o livro, e olhou com insistência para o médico.
Félix pegou no livro e consultou a primeira página; ia voltar distraidamente a segunda,