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Página:Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo v11.djvu/159

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Indios do Itariry[1]
 

 

Só ha poucos dias tivemos occasião de lêr no X volume, da Revista do Instituto Historico e Geographico de S. Paulo, correspondente ao anno findo, o trabalho alli inserto sob o titulo — Os primitivos aldeiamentos indigenas e indios mansos de Itanhaen, firmado pelo sr. Benedicto Calixto, que de ha muito consagra a investigações historicas o tempo que não emprega em enriquecer as bellas-artes nacionaes com o seu tão justamente apreciado pincel.

Já pelo nome do auctor, já porque o trabalho se acha publicado numa revista que contribúe com informações valiosas para o melhor conhecimento da historia e geographia de S. Paulo e do Brasil, e que ha de sempre ser consultada pelos futuros historiographos e geographos, prestamo-lhes toda attenção e com surpreza lêmos o seguinte:

«Os terrenos onde actualmente se acham aldeiados os indios mansos, estão afastados das terras de S. João Baptista pelo rio Castro. Esse aldeiamento é nas cabeceiras do rio Preto no logar denominado Bananal e Tariruhú.

«O outro aldeiamento de indios mansos é no rio Itariry, affluente da Ribeira de Iguape, no municipio de Itanhaen, conforme explicaremos no capitulo immediato».

E no capitulo immediato explica:

«A tribu indigena que habita o municipio de Itanhaen está dividida hoje em dois pequenos aldeiamentos: um no rio Itariry, nos sertões de Peruhybe, a dois dias de viagem desta povoação e o outro no Bananal, dois dias de viagem da villa de Itanhaen». E mais adiante, referindo-se ainda ao primeiro dos aldeiamentos supra mencionados escreve:

«A outra fracção dessa tribu errante havia anteriormente emigrado para o littoral, indo formar o aldeiamento do Itariry, perto do rio Juquiá, no municipio de Itanhaen».

Da leitura daquelles trechos resulta que o sr. Benedicto Calixto está convencido:

a) que o rio Itariry é affluente do Ribeira.

b) que o rio Itariry corre perto do rio Juquiá;


  1. (*) Publicado no Diario Popular de 8 de Junho de 1906.