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Página:Sonetos do Exilio, recolhidos por Um Brasileiro.pdf/26

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II

Ingratos




Jamais ao Imperador se ouviu uma queixa dos muitos que o trahiram ou abandonaram: antes repetidas vezes procurava excusal-os, diminuindo-lhes o crime ou a cobardia e abrigando-os sob o manto da paternal magnanimidade. D’isto dão numerosos testemunhos os que do Snr. D. Pedro II se acercaram na Europa. Só não se doêra, porém, si não fosse homem; e este soneto é um desafogo intimo. Entretanto não disfarçaremos ser o unico sobre cuja authenticidade paira leve sombra de duvida.

Na copia, que tivemos presente, lia-se este dizer, á guisa de dedicatoria: A M. D. F.— o que bem se poderia traduzir: A Manoel Deodoro da Fonseca. Ainda mais do que a d’este, porém, devera ter pungido ao Imperador a ingratidão de outros protegidos.