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Página:Sonhos d'ouro (Volume I).djvu/64

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D. Sofia Soares. Dr. F.” Entregou a receita à menina, e assegurou-lhe que D. Sofia se restabeleceria brevemente.

— Era pachorrento o doutor.

— Que havia ele de fazer; dar o cavaco? Mas escuta o resto. É um romance. A Guida mandou a receita à botica da casa. Podes bem avaliar do como ficaria embaraçado o boticário para aviá-la: nunca na sua vida tinha manipulado semelhantes drogas. Mas a menina fez-lhe saber muito positivamente, que se não mandasse os remédios receitados pelo médico perderia a freguesia. Nestes apertos passou-lhe o doutor pela porta; contou-lhe o que sucedia; o velho desatou a rir. “Olhe; maçada, é qualquer amargo. Capricho de menina, umas cócegas, como as que produz o súlfur. Gargalhada, um pouco de muriato no pelo da cachorrinha, e verá que boas risadas ela dá. Paciência, isso é um emoliente, farinha de linhaça.” O boticário aproveitou a lembrança e aviou a receita. Se a Sofia tomou o remédio não sei; mas ficou boa.

— Então é mais provável que não tomasse.