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Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/126

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Ricardo com a voz contida. Cabe-me agora responder.

— Sem dúvida.

— Não tenho pretensões à filha do Sr. Soares; nem existe entre nós mais do que relações do acaso, que vão como vêm. Enganou-se, pois, sr. visconde; não é a mim que devia dirigir-se, para a sua especulação.

Deu o Aljuba um saltinho na cadeira.

— Hã! Não quer? Percebo a embromia. Fia-se na rapariga? Olhe lá, não se arrependa...

— Queria poupar-me à necessidade de dar-lhe a resposta que merecia sua proposição; mas o senhor força-me...

— Isso de mulher, não há que fiar, insistiu o visconde receoso de que lhe escapasse a pechincha. Então aquela que é o diabo de saia, ou o pai, o Soares, que tudo é um. Aposto que já o engazopou...

Ergueu-se Ricardo afinal ao impulso da indignação que por muito tempo recalcara; abotoou o visconde pela gola do casaco, e arrastou-o até a porta da rua.