Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/127

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Executada esta expulsão em silêncio, apenas interrompido por algumas interjeições do visconde, Ricardo, vendo que lhe ficara sobre a mesa o chapéu do miserável, atirou-lho do alto da escada.

Só então reparou ele na presença de Fábio, que se ocultara na janela para deixá-lo passar com o visconde a reboque.

— Ouviste?

— Tudo! O sujeito esteve impagável!

— E sabes quem é o culpado do que acontece?

— Sou eu, se te parece!... Ora, pois, arranja-me daí já um processo. Servirá para praticares no crime. Código, artigo 264. Mete-me nessa tarrafa policial! Anda; um estelionato, de cumplicidade com o visconde!

— Não estou de veia para gracejos. Conversemos seriamente, Fábio. Desde ontem que desejo esta ocasião.

— És difícil de contentar. Queres cousa ainda mais grave do que o Código Criminal e um bom processo de estelionato?