Fábio fez um trejeito de homem pilhado na esparrela.
— Podes falar.
— Sem preâmbulos. Queres fazer tua felicidade?
— Para isso trabalho eu há dez anos.
— Pois não é preciso mais trabalhar: basta que estendas a mão.
— Achaste a lâmpada de Aladino, e me queres fazer presente dela?
— Não; mas descobri que o anel da Guida que é mais precioso do que o de Giges, foi feito para teu dedo. Ah! assim me servisse ele!
— Já te pedi que não repitas esse gracejo.
— Não estou gracejando; falo sério, mais sério que a burra de bronze de teu futuro escritório. A Guida gosta de ti, acabei de convencer-me hoje.
— Não suspeites da pureza de uma menina sisuda, e com má intenção, disse Ricardo abrindo um livro para cortar a conversa.
— Assim recusas! Quando a riqueza e a felicidade te procuram e vêm tirar-te desta boceta que por uma metáfora atrevida e arriscada,