Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/143

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La vita uniti
Transcorreremo.


— Toma; mete isso em tua carta!

E acendendo o charuto, voltou à marquesa, onde espichou-se cantarolando o dueto da Traviata. Passado um instante ergueu-se; olhou indeciso para Ricardo que lhe dava as costas escrevendo; passeou a esmo pelo estreito aposento, e aproximou-se da mesa:

— Queres um charuto?... É fazenda superfina!... Duque!... Já vês que para fumá-los é preciso ser príncipe pelo menos. Mas o Soares, que trata este mundo de resto, abarrota com eles aquela súcia acostumada ao trabuco de vintém! Fazia dó ver como atolavam as mãos nas bandejas de prata dourada!... Toma, não queres provar?

— Deita-o aí, respondeu Ricardo metendo a carta na capa, e pondo-lhe o sobrescrito.

Secou-se a musa ao Fábio com aquela indiferença do amigo; deu outra vez algumas voltas pela casa, e afinal decidiu-se:

— Podes ouvir-me um instante?

— Acabada esta carta; é a de Luísa e Bela.