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Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/206

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a ornava era sobretudo o brilho suave dos olhos, a meiga auréola da fronte, o sorriso delicioso dos lábios, e a graça inefável do gesto.

Essa beleza até agora mimosa, gentil e garrida, tinha trocado o seu lirismo pela brilhante epopeia do coração. Já não é o colibri borboleteando entre as flores, ou o raio de luz irisando-se na gota de orvalho. Agora é a mulher; é o anjo, que agita as asas de fogo, com os olhos no céu e a voragem a seus pés.

— Como estás bonita! exclamou Soares vendo a filha.

— Ela sempre foi! disse D. Paulina.

— Sempre; mas hoje!...

— Foi o passeio! disse Guida com um sorriso, que era um enlevo de graça.

— O passeio... repetiu o banqueiro. Não duvido.

E fitou o olhar vivo e perscrutador na filha, cujo enleio velou-a com uma encantadora expressão de melindre que lhe dava um encanto irresistível.

Depois do jantar, desceu Guida ao jardim, e