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Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/216

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Deve a gente sentir-se no céu, quando faz-se instrumento da graça e misericórdia de Deus!...

O profundo sentimento que ressumbrava nestas palavras de Guida, o fervor de seu gesto e o esplendor que iluminou seu lindo perfil, surpreenderam D. Guilhermina que fitou admirada o rosto da amiga; a cintilação dessa luz que manava do coração, filtrou-lhe n’alma; ela compreendera.

— Também eu! murmurou corando.

— Pois ajude-me!

— Como?

— É preciso conhecer as particularidades da família... O Dr. Nunes, se eu lhe perguntar, desconfiará e com certeza há de recusar, mas o Fábio...

— Ele nunca me falou na família do Ricardo.

— Porque não lhe tocou nisso.

— Hei de perguntar-lhe!

— Talvez ele apareça aqui esta tarde.

— Não deve tardar... Isto é, creio que ele vem, corrigiu a tempo a moça com vexame.

Mas Guida não fez reparo; e afastou-se na direção do gradil, olhando para a rua através dos recortes da folhagem. Momentos depois voltou