Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/215

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— Ah!... Quem lhe disse? exclamou a mulher do Barros mordendo os beiços.

— O Dr. Nunes!

— Não sabia que estava tão íntimo com você, Guida!

— Eu o estimo pelas suas qualidades e sisudez.

Erguera-se D. Guilhermina, e a pretexto de olhar para a rua, afastou-se um momento para dominar a comoção produzida pelas palavras da amiga, e que no primeiro instante contida, a estava sufocando.

De seu lado favorecendo-lhe os desejos, Guida aproximara-se da casa, fingindo que a chamavam; mas realmente para deixar a outra em liberdade.

Quando de novo se encontraram, os olhos de D. Guilhermina estavam magoados, e as faces conservavam a marugem das lágrimas. Guida que se teria rido um mês antes, compreendeu aquela dor e respeitou-lhe a mudez, mostrando-se inteiramente alheia.

— Eu, se pudesse, disse Guida reatando a conversa, teria um prazer imenso fazendo-os felizes e realizando de repente os seus lindos sonhos!...