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Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/31

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olhos fitos no mancebo, deixou depois cair a mão que segurava o ramo, e este escorregou ao chão.

O chapelinho de sol, faceiramente inclinado, ocultou esta mímica às acesas vistas de Fábio; e um relancear rápido e vivo indicou a Ricardo a queda do ramo de violetas.

O primeiro assomo do advogado foi ditado pela cortesia; as rédeas colhidas de pronto sofrearam a marcha do animal. Mas logo após retraindo, mostrou-se de todo alheio ao incidente; nem suspeitou sombra de provocação, onde só via mero acaso.

D. Guilhermina porém parara de repente procurando em si um objeto que lhe faltasse.

— O que é? perguntou Fábio solícito. Perdeu alguma cousa?

A resposta demorou-se um instante à espera que Ricardo se voltasse; mas este afastava-se.

— Meu ramo!

— Caiu sem dúvida; vou procurá-lo.

Fábio retrocedeu à cata do ramo; mas já o Benício o tinha apanhado, e para não machucá-lo, o trazia a pé, e puxando a mula.