Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/61

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Guida começou a solfejar o buona sera do Barbeiro de Sevilha.

— A Sr.a D. Paulina não há de gostar, quando souber o sol que a excelentíssima apanhou. A senhora já está tão afogueada!

— Decerto! replicou a moça.

— É o calor!...

— É o seu guarda-sol que me está irritando os nervos.

— A excelentíssima há de ver, se amanhã não está com sardas na pele. E será uma pena!

Colhendo as rédeas a Edgard, com gesto de impaciência, fez Guida uma evolução rápida, e fustigando a valer a anca do machinho em que montava o Sr. Benício, despachou-o a trote largo pela estrada fora.

Sacudido pelo chouto cadente, o homem agarrado ao arção da sela, voltou-se ainda para reiterar o oferecimento, que era escandido em uma espécie de soluço causado pelo vascolejo.

— A excel (uf)... lentíssima (uf)... faz mal (uf)... Aposto que (uf)... chegan' a (uf)... cas'a'stá com... (uf) dor de cab'ça...