as moças bonitas e prendadas, para mostrarem espírito e darem expansão à natural petulância de um coração de dezoito anos. O primeiro impulso foi retrair-se; mas não se deixou levar dele; seu caráter sério não o inibia de aceitar com a moça esse desafio de garrulice.
A borboleta queria voejar, ostentando suas roupagens magníficas e farfalhando as asas sussurrantes. Não havia ali flor, que libasse; pois seria ele o pretexto desse inocente devaneio, do qual também de sua parte contava participar.
— Desconfiar?... Fique descansada; não quero passar por provinciano duas vezes no mesmo dia.
— Lembra-se da primeira vez em que nos encontramos? perguntou Guida.
E fitou no moço um olhar, que esperava a resposta da interrogação.
— Foi aqui mesmo na Tijuca! disse Ricardo.
Assomou à face um leve rubor, que o olhar de Guida evitou, mal o percebeu.
— O senhor estava muito embebido a olhar a florzinha amarela...