Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/126

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O templo da verdade o erro escolta,
Armado de punhais, e de flagícios;
E antes que a Humanidade entrever possa
Um claro lume do seu divo rosto,
Ah quantos são primeiro
Tristes vítimas do erro,
Servindo de degraus da luz ao ingresso!

Nossos olhos lancemos ao passado,
E co'o fanal da história descubramos
Quantos martírios nossos pais sofreram.
Tudo o que vemos nada é mais que a luta
Da verdade, e do erro.
A verdade, que herdada hoje gozamos,
Assaz regada foi com sangue humano;
Por nós dezoito séculos lutaram,
E nós pelo porvir lutamos hoje.

Não é fora do mundo,
Engolfado em prazeres que embriagam,
Em brando leito lânguido estendido,
Rodeado de escravas, que o incensam,
Como um rei do Oriente; nem na mesa
De esplêndido banquete, qual Lúculo,