Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/143

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O que há na terra que resista ao homem?
Eia, Amigo, subamos.

Já as flores da noite alvinitentes,
Que o firmamento esmaltam,
A desmaiar começam, só co'a vista
Dos arrebóis d'aurora.
Da terra alvos vapores se levantam
Condensados, e no ar se desnovelam,
Montes bosquejam, mares, e cidades,
E nos campos se perdem do infinito,
Como agora se perde o pensamento
Na vastidão de idéias, em que vaga.

Subamos do rochedo até ao cume;
Lá, respirando um ar puro e suave,
Recebendo do sol os primos raios,
Louvores ao Altíssimo entoemos.

Subamos. — Que vastíssima paisagem!
Que cadeias de montes araçados,
E como torreões, grimpas, espectros,
Às nuvens se levantam!