Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/144

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Que tapetes de vinhas se desdobram,
E as várzeas, e as encostas alcatifam!
Que escuros tetos de mesquinhas vilas
Salpicadas aqui, e ali, quais combros
De terra, que formigas amontoam!

De tantas sensações extasiada,
Minha alma se sublima, e se converte
Num hino harmonioso,
Em louvor do Senhor da Natureza.

A lucífera estrela ali fulgura;
Lá se ergue o Sol num Oceano de ouro,
De rubins ondeado!
Tu, que iluminas mil milhões de povos,
Que outros tantos baixar tens visto ao nada,
E outros tantos subir ao grau daqueles;
Cem, e cem vezes eu te vi radiante
Atravessar contente e vagaroso
De minha Pátria os campos,
Os serros, e as cidades,
Como se, lei não sendo o movimento,
Eterno no Brasil brilhar quisesses.