Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/148

Wikisource, a biblioteca livre

A não ser a poeira
Que só os rodeava.
Assim muitos colossos se abismaram,
Colossos de vaidade:
Assim se enterrarão no eterno olvido
Muitos que a Pátria nossa inda hoje oprimem
Co'o peso da ignorância.

Nossa Pátria tão bela! — Nossa Pátria
Tão digna de um porvir grande e sublime!
Ei-la, como um cadáver de gigante,
Roída por milhões de vis insetos,
Que ela mesma alimenta!

Olha, Amigo, esta pálida saudade,
Que nesta penedia a custo vive.
Aqui não é que vegetar devia
Flor tão cara à minha alma.
Vês tu como ela pende a roxa fronte
Mal que a colho, e a coloco no meu peito?
Como ela o coração, sofrendo a mágoa
Que o nome dela explica,
Longe da Pátria, em que meus pais habitam,