Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/159

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Já deixa-me entrever porvir brilhante,
E o horizonte da Pátria me apresenta,
Da longe Pátria, tão por mim chorada.

Vem, ano-novo, vem; traze-me alegres
Notícias de meus pais, da Pátria minha.
Traze-me este consolo,
Este consolo ao menos, que me afague
Na distância em que vivo.
Outra ambição não tenho, outra... E o que pode
Minha alma cobiçar de mor valia?
Coração como o meu, ermo de inveja,
Exempto de vaidade, a pouco aspira;
Só de nobres desejos se alimenta.

E tornarei a ver-te, oh Pátria cara?
Teus montes saudarei? tuas florestas?
Teus rios? e o teu céu azul sem nódoa?
Ainda abraçarei os pais anosos?
Mas em que dia? Quando? Como tarda!

Vem, ano-novo; vem, minha esperança!
Por ti eu suspirava.