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Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/204

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Que no templo de Vênus acoutada,
Sufocados gemidos arrancava
Do íntimo do peito; como um homem,
Que nas vascas da morte, em vão lutando,
Sem esperança já, socorro implora.

Oh severa ciência, tu condenas
Estes, da nossa infância, preconceitos.
Mas quem pode negar que ruins desditas
Pressagiadas são milhões de vezes?
Se a negra borboleta que esvoaça
Em torno do casal, e nele pousa;
Se o tétrico carpir de ave noturna;
Se d'alma o repentino abatimento
Certas palpitações inopinadas;
Os sonhos, as visões, nada anunciam;
Se é falsa crença de alma alucinada,
Que à infância, e à velhice o medo incute,
Ao menos na do homem própria essência,
Misteriosa essência, apoio encontra;
Que a Razão, do céu filha, não tão fácil
Se eclipsa pela opaca sombra do erro.
Não se opõe à Razão a crença nossa,