Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/227

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Das estações
Vivo retrato
Seus borbotões;
Qual vida, e morte,
De vaga em vaga,
Se esconde, e surge,
Se acende, e apaga.
Assim batem as águas rugidoras,
Que os átomos confundem, dilatando
A contínua torrente, que retrata
Do infinito a imagem!

Onde está o infinito, oh Deus Eterno?
Esse marco onde esbarra a mente humana,
Que sem tino volteia titubante,
E no abismo do peito se aprofunda,
Face a face encontrando a consciência?
Oh consciência, ao teu clarão se rasga
O véu das ilusões! Ele nos mostra
Das paixões o troféu dentro do túmulo,
E ao pé quadro da vida, que demonstra
O nada da vaidade, e o desengano
Majestoso sentado