Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/228

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Na cadeira da escola da verdade,
Donde colhe a virtude os seus ditames!

Pálida Lua, teus suaves raios,
Que plácidos se esbatem nas campinas,
E as fugitivas ondas argenteiam,
Da consciência nossa a imagem pintam,
Que fala ao coração com tal potência,
Sem nos lábios volver um som de frase.

Misterioso acento, alta harmonia
Desenvolve a Natura em seus concertos.
Enquanto a voz uníssona do Anio,
Que em equóreos cilindros vai rolando,
E entre seixos ribomba,
De medonho fragor o ar pejando;
Canoro rouxinol prelúdio exalta,
E sublime se acorda ao som horrível,
Que as águas tangem em contínuos vórtices
Entre o limo, e as areias das cavernas,
Variando as estrofes; lá prolonga
Suavíssimo gorjeio, que se perde
Em ventrílocos ecos; quais soluços