Teus versos lia,
E de saudade
Me enternecia.
Teus versos lendo,
Fantasiava
Que te escutava;
E que assentado
Inda a meu lado
Te estava vendo.
Já para responder-te preparado
A amizade invocara,
E cravados no céu os olhos tinha.
Mas a hora fatal gelou-me o arroubo!
Alerta o gondoleiro me esperava;
Partir... deixar Veneza era forçoso.
Co'os teus versos nas mãos, tu em minha alma,
Na gôndola pus pé; saudei Veneza;
E co'os olhos em lágrimas nadando:
Adeus, Veneza, eu disse,
Adeus, adeus, marítima cidade;
Decaída Rainha do Adriático.
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