Surdo, funéreo, como a voz que soa
Longe no ermo, da enchente que se arroja
De alpestre rocha, em borbotões fervendo,
E se esconde da terra nas entranhas;
E minha alma estremece apavorada,
Como de uma harpa a corda magoada.
Suspiros, donde vindes? — Sois da Pátria?
Ah! sois da Pátria... Sim, eu vos conheço
Por esse acento de aflição, de angústia,
Por esta dor, que me causais, tão agra.
Tu suspiras, oh Pátria!
Co'os teus os meus suspiros se misturam.
E que al fazer eu posso?
Se é surda a Providência às preces tuas,
Que pode a frágil mão de um filho inútil?
Os teus suspiros
A mim chegaram,
E me abalaram
O coração.
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