E suspirando então pelo infinito,
Humilde a Deus seu pensamento exalça.
Cada pensamento meu,
Como uma baga de incenso,
Do turíbulo de minha alma
Sobe ao alcáçar do Imenso.
Eis por que ainda no da vida exílio,
Entre o véu de tristeza que me enluta
Alguns assomos de prazer ressumbram,
Como do pirilampo
Na escuridão da selva a luz lampeja;
Eis por que minha lira
Inopinados sons desliza às vezes;
Eis por que ainda para mim um riso
A Natureza enfeita;
Eis por que a noite presta-me seu bálsamo,
E na aurora que surge encantos acho.
Eco para meus suspiros
Eu acho na Natureza;
E para a voz de minha alma
Um acento de tristeza.
Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/290
Aspeto