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Página:Suspiros poéticos e saudades (1865).djvu/295

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Eu canto como o Cisne, sem que saiba
Se é meu último canto;
Como o arbusto que brota mortais flores,
Minha alma se dilata, e aromas verte;
Como a luz que falece, e se afogueia,
Em sacro amor meu coração se inflama;
Como o rio que manso se desliza,
Como o ligeiro zéfiro que adeja,
Devolvem-se meus dias,
Como vagas do mar, um após outro,
E não sei qual será o derradeiro.

Inda um suspiro, minha alma,
Como o Cisne hoje exalemos.
Se amanhã virmos a aurora,
Novos hinos entoemos.
Cantemos, cantemos
Co'a noite, e co'o dia,
Seja nossa vida
Contínua harmonia.