se risonho, muito amável com o Junqueira que murmurava contra o tempo insípido. O gordo reclamou, com pressa, um cálice de cognac que um dos ficheiros logo serviu, açodado e sorrindo.
Era deputado por um dos Estados do Norte. Na Câmara encaramujava-se num silêncio obstinado, contentando-se em dar o seu voto de grande peso nos destinos da Nação. Fora, alijando a gravidade legislativa, era homem alegre e de aventuras - tinha amores, freqüentava assiduamente os cassinos e, uma vez por outra, palpitando, subia sorrateiramente à batota para fazer medrar uns restos escassos do subsídio, e era à mesa dos chopes ou com os cotovelos no pano verde que lançava as suas opiniões sobre a crise financeira, propugnando a necessidade da revisão e duma esquadra que vigiasse os mares.
Paulo, com a chegada do Junqueira e do deputado, animou-se, certo de que o jogo começaria logo, tão impaciente estava por aplicar os planos que imaginara. Aurélio convidou-o para uma partida ao bilhar, logo, porém, Messias anunciou "que iam começar". Paulo aventurou timidamente:
— Mas não há pontos.
— Como não? Para começarmos há o senhor, o Junqueira, o doutor e aqui o nosso Aurélio, que também joga. Não arriscas um pouco, poeta?
— Sim, um pouco, - murmurou complacente,