se, a rir grosso. Ele hesitava sufocado, d'olhos fitos, quando Violante, como fascinada, voltou a rosto e descobriu-o.
Empalideceu, os olhos abriram-se-lhe desmedidamente, a boca ficou em hiato de espanto e, medrosa, achegou-se à companheira numa necessidade de socorro, compondo o chapéu, alisando o vestido, incerta e trêmula. De novo, rápida, lançou um olhar à porta como para certificar-se e puxou uma tosse seca, logo abafada no lencinho,
Era ela, mais linda! Animado com aquela turbação, forte diante da inesperada covardia da irmã, Paulo adiantou-se até à porta do camarote e, em voz surda, que tremia, pediu licença. A gorda voltou-se, mirou-o d'alto, mas Violante levantou-se arrebatadamente e, antes que a companheira interviesse, rompeu numa exclamação de surpresa feliz:
— Oh! Paulo!... - e, afastando, de repelão, uma cadeira, saiu à varanda.
O estudante recuou até á balaustrada do fundo, carrancudo. Os dois irmãos encararam-se em silêncio, numa comoção que os enleava e foi ela quem primeiro falou, precipitando as palavras, em voz surda e difícil, que lhe saía aos arrancos:
— Como soubeste que eu estava aqui? Quem te disse? Estás magro! Que é isso?
Mirava-o com um sorriso forçado. Ele conservava-se de cabeça baixa, verrumando a botina com a ponteira da guarda-chuva.
— Tens estado doente?