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Página:Turbilhão (Coelho Netto, 1919).djvu/299

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vê como estou magra, cheia de cabelos brancos.

O pranto tomou-lhe, de novo, a voz.

— Tu não tens pena de mim?...

— Ora, mamãe, - interveio Paulo, - assim Violante fica com medo de voltar.

— Por quê? Que mal lhe estou eu fazendo?

— Vamos conversar.

— Foi uma maluquice, mamãe, - disse Violante, - mas não falemos nisso.

— E não estás arrependida?

Ela meneou com a cabeça negativamente, sorrindo e, estouvada, tomando as mãos da velha, pôs-se a afagá-las às palmadinhas:

— Vamos falar de coisas alegres. Eu não vim aqui recordar tristezas. O que passou, passou. A senhora como vai? Tem tido saudades de mim? diga...

— Como vou...! esperando a morte. Não queres tirar a capa?

— Não, não posso demorar-me.

— Onde vais?

Ela sorriu, titubeou:

— Tenho visitas, amigas. Descanse; muito breve venha passar um dia inteiro com a senhora.

— Se eu ainda for viva.

— Ora, mamãe.

— Ora, hem? Não vês como estou inchada? Olha bem para mim.

— Não acho. A senhora não deixa as cismas.

— Cismas...