A mãe, por outro lado, a suspirar, a chorar no quarto alumiado dia e noite pela lamparina devota. Vestiu-se e saiu, fechando a porta e levando a chave.
Ia à aventura, sem destino. Foi caminhando vagarosamente, preocupado com o estado da velha.
"Achava-a mal... e só, com a louca... Enfim, como contava voltar cedo... Onde poderia encontrar uma criada?" Seguia pensando, sem dar pelo caminho. De repente lembrou-se de Ritinha. Súbito calor aqueceu-lhe o sangue reavivando desejos. Se fosse vê-la? Talvez que ela lhe pudesse inculcar alguém, conhecia tantas raparigas. Era uma idéia. Estugou o passo e no Largo da Lapa tomou um tílburi, mandando tocar para a estalagem.
Ao chegar à casinha de Mamede ficou surpreendido vendo a porta e a janela fechadas e já se decidia a voltar, quando, da cerca da casa contígua, uma mulheraça, em mangas de camisa, com grandes peitos derramados sobre o ventre cheio, disse-lhe chuchando os dentes:
— Bata. Tem gente.
Ele agradeceu, atravessou o jardinete e bateu à porta. Falaram dentro, ele reconheceu a voz da mulata.
— Sou eu, Paulo.
— Responderam? perguntou a mulher.
— Sim, senhora. Obrigado.
A parta entreabriu-se e Ritinha, reconhecendo-o, não teve sequer