— Não queres viver em cômodos. Pois vem morar comigo.
— Com o senhor? Que é isso?! E sua mãe?
— Que tem? Mamãe é uma criatura excelente, estou certa de que te hás de dar muito bem com ela. Só depende de ti.
— Mas então sua mãe vai recebendo assim uma pessoa que não conhece? que nunca viu?
— Que tem isso? Eu saí mesma para procurar alguém que a acompanhe. Ela está de cama, muito mal. Tu aqui trabalhas como uma moura, para quê? Vais lá para casa, eu tomo uma criada, só tens que dirigir o serviço.
— Mas... para viver com o senhor?
— Então?
A mulata ficou pensativa. Ele insistiu:
— Decide.
— Não sei. Isso assim de repente... Sei lá!
Ele acentuou:
— Olha, vamos fazer uma coisa. Eu vou agora para casa, digo a mamãe que tu, a companheira de Mamede, te ofereceste para fazer-lhe companhia. Ela aceita, estou certa, porque a rapariga que nos servia ficou maluca e temos de despedi-la; eu venho buscar-te ou tu vais, à noite, e, depois de lá estares, o mais arranja-se.
Ela ouvia, escabichando as unhas.
— Mas então eu vou como criada?
— Não, filha; vais como pessoa de amizade, fazer um favor. Amanhã mesmo eu tomo uma criada e ficas como dona da casa, porque mamãe