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UBIRAJARA
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Lembrou-se a virgem que Jurandyr gostava da polpa do guaranan adoçada com o mel da abelha; e colheu os fructos encarnados que pendiam dos ramos da trepadeira.

Nesse momento a arára cantou no olho do périjá. Aracy precisava de suas plumas vermelhas, para o cocar que ella tecia em segredo.

Era o cocar do amor, com que desejava ornar a cabeça de seu guerreiro senhor, no dia em que elle a conquistasse por esposa.

A virgem armou o arco e seguiu a arára rompendo a folhagem. Quando ia disparar a setta, ouviu ao lado um rumor desusado.

Jurandyr estava perto delia e segurava o braço de uma mulher, que ainda tinha na mão a macana afiada.

Aracy conheceu a virgem araguaya, pela facha de algodão entretecida de pennas, que lhe apertava a curva da perna; e adivinhou que era Jandyra a noiva do guerreiro.

— Filha de Magé, tua mão quiz matar a virgem que Jurandyr escolheu para esposa. Tu vais morrer.

— Desde que Ubirajara abandonou Jan-