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UBIRAJARA

dyra, ella começou a morrer, como a baunilha que o vento arranca da arvore. Acaba de matal-a; para que sua alma te acompanhe de dia na sombra das florestas e te fale de noite na voz dos sonhos.

— A virgem araguaya ameaçou a vida de Aracy; ella lhe pertence; disse a filha de Itaquê.

Jurandyr cortou na floresta uma comprida rama de imbê e atou as mãos de Jandyra.

— Jandyra é tua escrava. Não lhe dês a liberdade. Ella tem a astúcia da serpente e seu veneno.

— Eu era a cobra d'agua, amiga do guerreiro, que habita sua cabana e a guarda contra o inimigo. Quem foi que me fez cascavel venenosa, que traz nos labios o sorriso da morte?

Jurandyr não respondeu. Nesse momento elle teve saudade de sua cabana e lembrou-se do tempo em que, joven caçador, seguia na floresta a formosa virgem araguaya.