desesperadamente. E o intendente, com os cabelos ao vento, gritava que se aquecesse o pez, o alcatrão, para despejar sobre o bando se ele quisesse escalar as muralhas, Mas ninguém escutava, na desordem. A longa paz desabituara os habitantes do castelo da disciplina, da prontidão. Não havia um cavaleiro para comandar. E as mulheres, correndo para a capela, e chorando, amoleciam os corações.
Subitamente um grande alarido ressoou sob os muros. Cristóvão subiu às ameias: - viu um bando imenso e homens, servos em farrapos, brandindo foices, chuços, tochas, amontoando-se na ponte levadiça, que ninguém se lembrara de erguer, enquanto outros em redor, a grandes machadadas, abatiam as forcas patibulares e o banco de pedra a justiça, que o musgo cobria, sob o olmo senhorial. Já golpes de machado ressoavam contra a porta, fazendo saltar faíscas. Um tronco enorme, que mãos inumeráveis sustentavam, foi trazido, arremessado, como um aríete, contra a porta, em que ele marrava como um carneiro. De cima, os arqueiros despediam flechas com mão mal segura. Cada grito de ferido mais excitava a turba, as machadadas redobravam – e a velha porta bem depressa foi aberta em lascas. Então os arqueiros, os pajens, desceram para se refugiar na torre – e Cristóvão, tomando nas mãos as trancas de ferro, correu para o torre