tirado o barrete na estrada; desbaratou salteadores que infestavam os bosques; restituiu a um órfão o condado que lhe haviam roubado parentes avaros: - mas, como o cavaleiro tivesse ajudado a salvar uma dama, veio a casar com ela, teve um solar, abandonou os caminhos, e Cristóvão não querendo ficar naquela ociosidade, deixou o bom cavaleiro, levando, como paga, uma bolsa farta de ouro, bons vestidos quentes, que ele logo distribuiu aos pobres.
Então, seguindo o exemplo do cavaleiro, passou a socorrer os oprimidos. De noite, ao passar pelos castelos, derrubava as forcas patibulares. Se sabia de um campo que fora roubado, forçava o ladrão à restituição. Salvou os bandos de mercadores que os Senhores, com grandes lanças, assaltavam nos caminhos para os roubar. Onde soubesse que o Senhor tinha imposto um trabalho excessivo aos servos, ia ele, não outro, fazer o trabalho. Nunca diante dele deixava castigar uma criança. Se, passando num casal, ouvia uma mulher chorar, e rumor de pancadas, quebrava a porta, tirava o pau das mãos do marido. Quando soldados deviam passar numa aldeia, ele ficava de guarda, para impedir as crueldades da tropa. E ninguém ousava afrontá-lo. Já ia, então, envelhecendo. Os seus cabelos tinham se tornado mais crespos, hirsutos: trazia sobre o corpo farrapos, e