não ceavam na cozinha do solar; e bem depressa o bom lenhador recebeu no seu saco de estopa o pão de sêmea, o pichel de vinho, e a posta de carne salgada, devida nos dias de grande corte.
De novo o bom lenhador empurrou, sem ruído e humildemente a porta da cozinha. Passou a poterna da muralha, que abria para os jardins e para o jogo da bola. Atravessou a rua de limoeiros que dividia os jardins e o pomar, onde docemente cantavam na sombra os repuxos e a água das regas; ladeou a casa do cabanal e a eira, alvejando, toda caiada de fresco, sob a claridade das estrelas; e passando entre abegoarias e a liça dos pajens, que desenrolava entre mastros enfeitados de bandeirolas a sua pista areada de saibro, saiu por uma porta da alta estacada, que circundava a quinta senhorial. Para além eram vastos prados, pastagens descendo até ao rio, onde uma larga avenida de olmos abrigava a cordoaria do castelo. Um outro cerrado de sebe espinhosa cercava estas fartas dependências rurais, defendidas ainda por armadilhas para os lobos, valas erriçadas de puas, e pequenas torres de adobe onde ardia uma lanterna.
O bom lenhador passou esta sebe, e meteu pelas azinhagas, a caminho da sua cabana, aninhada entre pinheiros e faias à orla da floresta, que, desde os coutos onde todo o